Minha mãe gosta dessas coisas de mulher. Sapatos, bolsas, óculos, roupas, colares, ela é assim. Mas renuncia a tudo para, por exemplo, ter comida em casa, ou para que eu possa continuar meu tratamento psiquiátrico. Nem falo que preciso de óculos de grau. Nem falo quando tenho fome, para que ela não pegue um consignado no banco para comprar comida. Ela precisa de dentista e de óculos de grau também. Nessas horas uso de todas as minhas forças para silenciar o nome dos picaretas pseudo-criativos que mais me roubaram e estiveram à frente deste aparelhamento de matar à míngua pela comunicação. Arma de grosso calibre simbólico. E muito contemporânea.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
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