Sr. Étienne de La Boétie,
sobre teu Discurso da Servidão Voluntária,
não existe sombra sem luz
não sei se sabes, mas és frágil como a flor
eu sou fraco e vulnerável, sinto frio e dor
se não formos todos por nós
quem será por nós?
tal ditador quer matar, todos contra todos,
assim sendo transformar-nos, tu e eu, em lobos
se estivermos, todos a sós,
haverá alguém atroz?
para seu findar podre, fez o ódio crescer em-si,
engolido finalmente, é o que resta aqui,
subsistir não sem um dó
transformar-nos no pó
foi assim que ele caiu
foi assim que ele morreu
estreitando a consciência
até soçobrar só violência
então, nas trevas do abismo
no seu insalubre maniqueísmo
uma luzinha no horizonte surgiu,
e todo mundo a seguiu
iluminou as trevas
iluminou os mortos
iluminou os vivos
o mundo caiu em si
e deixou o Leviatã só
contra um, quer ser, ou louco, ou pobre e só, tão só,
que não pôde ter defesas, tornou-se pó,
na contra-mão, chegou ao fim
do que somos aqui
e só, o Leviatã se mata a si mesmo
a tirania se volta contra o tirano
e os tiranizados perdidos exigem
a cabeça de seus semelhantes
para matarem-se entre si
mas nós sabemos a verdade:
a bondade é frágil perante a fortuna
qualquer coisa que nos una
qualquer coisa nos conduz
não existe sombra sem luz
como bem disseste que morreria a tirania
de teu amigo,
Sr. Qryz,
Terra, 5 de junho de 2525.
meu site
facebook/cristian.korny
website musikisses
myspace/cristiankorny
soundclouds
twitter/qryz

