Agora eu entendi o Procure Saber: é contra a neutralidade da rede. Um esforço articulado e antecipado contra a liberdade de expressão usando como pretexto as biografias, mas visando o direito autoral. Já já falo delas. O Gil, o Erasmo e o Rei são funcionários da Globo. Procure saber que os relatos capazes de matar ou de destruir a vida de uma pessoa nunca são pronunciados às claras, e são subterrâneos.
Para
quê e para quem serve a censura na internet? Com este projeto de lei que pode ser aprovado pelo
congresso, os conteúdos que não forem derrubados serão jogados no limbo
virtual. Explico: este projeto de lei segmenta a web em camadas segundo sabe-se lá qual critério, ou seja, passam a existir entre conteúdos cinco estrelas e conteúdos nenhuma estrela, estes últimos serão os derrubados por alguma motivação arbitrária e sem a participação da instituição pública da justiça. Aposto que os conteúdos com visão de mundo à esquerda, com crítica social radical e com propostas de renovação estética receberão uma estrela e é isto que chamei de "limbo virtual", dificilmente serão acessados, ficarão em último lugar na definição de prioridades de visualização. A melhor censura é a que aceitamos para a nossa segurança...
Além do que, o usuário de internet vai pagar por cada clique que fizer com o seu mouse. Assim as operadoras de internet, sob a desculpa de uma suposta classificação qualitativa, acabarão por censurar conteúdos da rede e decidir o que é bom e o que é ruim de ser visualizado. Decidirão o que deve ter maior audiência atribuída e o que deve ter menor audiência atribuída, artificialmente. Mais ou menos da mesma maneira como funciona a televisão. E como falamos de música, é uma espécie de cyber-jabá.
Podemos extrapolar essa segmentação desta forma: o facebook hierarquiza conteúdos segundo palavras-chave. Pode, por exemplo, selecionar a visualização da expressão "neutralidade da rede" em último na escala de prioridades, ou mesmo deferindo as visualizações de um texto com essas palavras e sem aviso. Isto já ocorre. Com a lei, os provedores de acesso, que são empresas privadas, terão censores de conteúdo, além dos já comuns robots, para regular e hierarquizar o que pode e o que não pode ser visto e ser valorizado, segundo algum interesse, é claro (muito livre mes...). Assim, se formarão camadas de usuários dominantes gestores de quem sobe e de quem desce na escala da informação, os dominados. Luta de classes no úrtimo. Esse nível de controle já é possível.
O Brasil está prestes à restringir a web mais do que a China ou do que o Irã. Melhor que censura, porque não tem cara de censura, tem jeito de lei de mercado e de preservação da ordem social e econômica. Mas o objetivo é garantir posições econômicas através do gerenciamento de símbolos e assim garantindo a riqueza material e imaterial. Livre mercado é uma lenda.
Se isto passar, até eu farei Bloc!
E por falar em Black Bloc, agora estou compreendendo o porquê da criminalização desta tática pela mídia, tudo a ver com o incômodo que o poder está sentindo com a existência da internet. Isto tudo que estou dizendo aqui, foi, talvez, o que os Bloc anteciparam, embora, nem sempre, de maneira muito clara para quem está olhando de fora. Até a Polícia Federal foi convocada para investigar a participação estrangeira na tática. Ora, a economia pode se globalizar, mas os movimentos sociais não podem? O que é isto? Ditadura soft? Ditabranda?
É o poder estabelecido se sentindo ameaçado pelo conhecimento que as pessoas estão tendo dele, hoje em dia, por meio desta rede.
Além do que, o usuário de internet vai pagar por cada clique que fizer com o seu mouse. Assim as operadoras de internet, sob a desculpa de uma suposta classificação qualitativa, acabarão por censurar conteúdos da rede e decidir o que é bom e o que é ruim de ser visualizado. Decidirão o que deve ter maior audiência atribuída e o que deve ter menor audiência atribuída, artificialmente. Mais ou menos da mesma maneira como funciona a televisão. E como falamos de música, é uma espécie de cyber-jabá.
Podemos extrapolar essa segmentação desta forma: o facebook hierarquiza conteúdos segundo palavras-chave. Pode, por exemplo, selecionar a visualização da expressão "neutralidade da rede" em último na escala de prioridades, ou mesmo deferindo as visualizações de um texto com essas palavras e sem aviso. Isto já ocorre. Com a lei, os provedores de acesso, que são empresas privadas, terão censores de conteúdo, além dos já comuns robots, para regular e hierarquizar o que pode e o que não pode ser visto e ser valorizado, segundo algum interesse, é claro (muito livre mes...). Assim, se formarão camadas de usuários dominantes gestores de quem sobe e de quem desce na escala da informação, os dominados. Luta de classes no úrtimo. Esse nível de controle já é possível.
O Brasil está prestes à restringir a web mais do que a China ou do que o Irã. Melhor que censura, porque não tem cara de censura, tem jeito de lei de mercado e de preservação da ordem social e econômica. Mas o objetivo é garantir posições econômicas através do gerenciamento de símbolos e assim garantindo a riqueza material e imaterial. Livre mercado é uma lenda.
Se isto passar, até eu farei Bloc!
E por falar em Black Bloc, agora estou compreendendo o porquê da criminalização desta tática pela mídia, tudo a ver com o incômodo que o poder está sentindo com a existência da internet. Isto tudo que estou dizendo aqui, foi, talvez, o que os Bloc anteciparam, embora, nem sempre, de maneira muito clara para quem está olhando de fora. Até a Polícia Federal foi convocada para investigar a participação estrangeira na tática. Ora, a economia pode se globalizar, mas os movimentos sociais não podem? O que é isto? Ditadura soft? Ditabranda?
É o poder estabelecido se sentindo ameaçado pelo conhecimento que as pessoas estão tendo dele, hoje em dia, por meio desta rede.
Agora, as biografias: um artista não existe para ser poupado, para ser protegido, um artista não é um juiz, ou um cirurgião, ou um fiscal da receita, um artista, que se preze, tem de dar a cara a tapa, tem de passar pelas situações, tem de mergulhar no abismo e no precipício, tem de viver o que ninguém tem coragem de viver para trazer do submundo a compreensão do ainda não compreendido. O poeta está vivo. Esse pessoal do Procure Saber está mal acostumado. Mesmo com alguma idade, o que produz uma compreensão maior de mundo, e um sofrimento menor em relação ao horror de ver o que não se pode ser visto, a opacidade do mundo, mesmo assim, eles resolveram se esconder, se proteger. Então, saiam de cena! Não se precisa de artistas assim num mundo tão misterioso como o nosso mundo de hoje... O que é um artista sem biografia? Não é nada. O Paulo Coelho e o Fernando Morais captaram o espírito da coisa. Viva os Beatles, por exemplo, que têm 40.000 biografias, e aposto que eles próprios não leram nem 1% de todas elas. Seus bobões!
Eduardo Cunha articula acordão entre Globo e teles contra o Marco Civil
Não mutilem o Marco Civil
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