que alma desalmada que sou?
que não consegui impedir
a destruição e a guerra?
sujas de sangue as mãos
suja de sangue a terra
tanta gente perdida
tanta gente morta
é o erro que a gente erra
a ilusão falida e torta
levou tantos à morte
e do inferno à porta
tudo o que não impedi
o que não pude evitar
tudo o que não pedi
essa luta de matar
que alma desalmada que sou?
que não consegui impedir
a destruição e a guerra?
como seguir em frente?
como seguir em frente?
como seguir em frente?
com sangue nas mãos
com que pés andar?
com sangue nas mãos
com que olhos olhar?
com sangue nas mãos
com que ouvidos ouvir?
com sangue nas mãos
com que coração sentir?
com sangue nas mãos
com que cabeça pensar?
com sangue nas mãos
com que cabelos enfeitar?
com sangue nas mãos
com que nariz cheirar?
esse cheiro de sangue
nas mãos?
que alma desalmada que sou?
que não consegui impedir
a destruição e a guerra?
como escrever uma história
de alegria, justiça e democracia?
com esse sangue nas mãos?
O Coro
_não se sinta assim
a história nunca chega ao fim
suas águas são agitadas
e nem todo barco
termina sua jornada
chore os mortos
lamente os perdidos
mas se ele tivesse vencido
não teria restado nada
seria escravidão disfarçada
e a mentira com sangue
inocente seria lavada
para parecer vitória
venha cá que lavo suas mãos
para você escrever a história
de hoje em diante sem servidão
com as tintas do coração
Sonhar com mãos dividindo o pão
Para partilhar um sonho bom
E, se quiser, poder chorar
Pelos daqui que estão longe lá
Amor de mãe, filho e irmão
Espalhados por toda a nação
Aqui e lá, em qualquer lugar
Passarinhos cantando
Estrelinhas dançando
E riachinhos sussurrando
Poemas nos documentos oficiais
Armas mesmas só flores astrais
Prisões, que não sejam mais precisas
Pois a vida, ela mesma, será preciosa
Viver com dom, um bocado de som
Estar ou não estar no mesmo tom
E, se quiser, poder cantar
Si, dó, ré, mi, fá, sol e lá
Cantora de qualquer canção
Aqui e lá, em todo lugar
Assim será uma história
De vida, alegria,
justiça e democracia
Escrita com as tintas
E as cores da emoção
Todo final é também um recomeço
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