terça-feira, 20 de dezembro de 2011

produtividade

um pouco de ficção à moda de phillip k dick:

as redes sociais existiam antes da internet, e foram otimizadas com os computadores, agora imagine o excedente cognitivo (que sempre existiu na organização do trabalho) todo concentrado no dono da empresa, o que antes era feito por meio da organização social dela, passar a ser feito com um plug na sua cabeça para garantir a transferência do excedente sem intermediários!

por isso sou reticente com experiências como a do miguel micolelis....

agora, imagine que tipos de pesadelos você teria durante esse processo, e imagine tb seu estado mental e físico no final de cada jornada de trabalho, imagine os sonhos que você teria a noite, e como seu corpo viraria um objeto, escravidão pura para garantir muitos pontos de QI na cabeça do mega-empresário!

e imagine qual seria o processo de seleção, e que isso se iniciaria desde a infância, quando se constatou sua pontuação de QI, e o que aconteceria com seu cérebro, caso o dono da empresa impusesse força demais no sistema, TILT? surto psicótico? avc? coma?

:O) acho que isso pode virar filme:O)
abriu a porta, "esta é a sala dos vegetais" ele disse, eu pedi operadores nível 1 e acho que me deram nível 2, neurônios fritados, estao com SPCSA (síndrome de paralisia cerebral severa adquirida), os mantenho vivos por que a lei ordena,...
ocorre uma competição entre operários manuais para a operação de máquinas pesadas e operários com chips (chips x manos), preferimos os que tenha chips em seus cérebros e operem essa máquinas por intermédio deles, ao invés de usarem as mãos, as máquinas não, todas elas são fabricadas com as duas opções, é lei, mas vc sabe, né? o arco reflexo dos operadores chipados é mais curto, assim o reflexo é mais rápido, preciso dizer tudo? nem precisa lembrar que ser trabalhador braçal é melhor do que intelectual...

mas, qual a diferença entre paralisia severa cerebral adquirida e morte encefálica? semanticamente nenhuma, mas simbolicamente, muita, acontece que o mundo do trabalho é sagrado e a ele não pode ser atribuída algum signo de morte, só de força, superioridade, então os linguístas da medicina blindaram o mundo do trabalho do sentido de morte, tudo limpo, despoluído, eugenista. a manutenção da vida com paralisia cebrebral severa é lei para que gerar ônus às empresas que provavelmente venderiam os orgãos dos refugos e também banalizariam a fritura de neurônios por sobrecarga, dessa forma, o mega-empresário pensa duas vezes antes de conseguir o êxtase que está acompanhado da fritura. mas, corre uma lei aí na assembléia dos notáveis, essa lei-propaganda visa legalizar a remoção de órgãos dos refugados para salvar crianças que necessitam de transplante...

sábado, 10 de dezembro de 2011

pesquisa honesta


eu tô acho meio brincando,

mas pense numa estatística feita assim
no brasil com brasileiros
ou com quem se considera brasileiro:

a pesquisa faz as duas seguintes perguntas:
1. você se considera corrupto?
2. você considera o brasileiro corrupto?

vai rolar uma puta discrepância!

exemplo:
85% dos entrevistados que não à primeira pergunta
75% dos entrevistados respondem sim a segunda pergunta...

se saia dessa revista veja!


ganja

taí,
maconha é proibido,
agrotóxico é legalizado,
não há confusão aí,
maconha se fuma,
agrotóxico se come,
mas nem por isso vou fumar agrotóxico,
pronto, falei:O)

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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Amor Bandido

Escaleta

close em flor sendo despetalada. (corte)
moça chuta a bunda de um rapaz.
ele se vira violentamente e levanta a mão com gesto agressivo.
mas quando vê quem é, muda totalmente a expressão facial. (corte)
ele sentado, ela de pé ao lado dele.
ela toma o cigarro e lhe queima a palma da mão.
ela a olha com expressão cândida, ela passa os dedos nos cabelos dele.
ela sorri sarcasticamente, enquanto o acaricia. (corte)
som de tiro,
tela escura,
ambiente escuro,
foto de senhora idosa,
respinga o sangue na foto. (corte)
ele e ela se encontram, diálogo:
ela: morreu?
ele: sim (voz trêmula)
ele segura uma bolsa numa mão e na outra um recolver.
segura trêmulo o revolver pelo cano,
ela sorri, ele joga o revolver fora.
ele entrega a bolsa com asco e agitação.
ela pega a bolsa, a abre,
e dá pulinhos ao olhar lá dentro.
diz em tom muito prazeiroso:
ela: corre!
ele titubeia,
ela diz: vamos! (corte)
ambos andando em passsos rápidos em solêncio na mesma calçada.
(corte, avenida, calçada, eles de costa pra câmera, de frente para a avenida)
ela põe a mão no ombro dele e diz: vejo você do outro lado!
ela sai correndo de surpresa.
ele se espanta, mas não tem tempo de atravessar a avenida.
ele não pode atravessar a avenida por causa do trânsito.
quando consegue, ela não está mais lá
ele olha para os lados, e não vê ninguém.
ele diz: obrigado!
(corte)
close em flor sendo despetalada. (corte) 
Fim.


título da postagem


quem não condecora, não proclama,
quem não demora, não brama
quem não senhora, não dama,
quem não ora, não clama,
quem não mora, não chama,
quem não cora, não flama,
quem não explora, não reclama,
quem não demora, não exclama,
quem não aflora, não grama,
quem não trovadora, não declama,
quem não sonora, não fonograma,
quem não aprimora, não fama,
quem não apavora, não difama,
quem não melhora, não afama,
quem não evapora, não chama,
quem não piora, não melodrama,
quem não elabora, não drama,
quem não devora, não cama.
quem não adora, não gama,
quem não namora, não ama,
quem não chora, não mama,

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

desculpem-me se estou enrolado e não tenho atualizado o blog, ainda tenho alguns poemas a publicar, e outras coisas, vou gravar umas canções em dezembro, se eu fosse mais prolixo faria um diário, não sei, talvez,

veremos


sábado, 10 de setembro de 2011

ideia de audiovisual para direitos humanos

Título: Vá Procurar sua Turma!

Trata-se de uma animação com bonecos de palitinho, esses toscos, bem fáceis de desenhar, fácil de desenhar por que é fácil de aceitar o que é arrojado, juntamente com aqueles balõezinhos de falar das histórias em quadrinhos. Nosso boneco procura uma turma, deve estar se sentindo solitário, mas não muito, em seu balão, que aparece quando ele fala, contém o sinal de igual. O seu rosto está em branco, nenhuma expressão, em seguida ele caminha e vai se distanciando, olha uma turma ali, também bonecos sem rosto e enturmados, em seus balões, cada um com o seu, as palavras: "blá blá blá", ele se aproxima, para ao lado dessa turma, que fica em silêncio, os murmúrios cessam, os balões se apagam, nosso boneco "tlim", diz pelo seu balão o sinal de igual, "=", os outros respondem em uníssono "humpf", se sentindo rejeitado, mas não muito, nosso boneco vai embora, traça outra caminhada. Avista outra turma, que, dessa vez, estão conversando em dizeres "nhém nhém nhém", mais uma vez ele se aproxima, os outros silenciam, e "tlim" o seu sinal de "=", imediatamente seus interlocutores respondem assoviando e olhando pro alto (é importante que nesse momento ninguém tem rosto, são todos bonecos sem face, mas dá pra perceber pelo voluminho do perfil de uma boca), eles fingem que não veem nosso boneco de palitinho, eles que são bonecos de palitinho também, que segue em frente, fazer o quê? Avista mais uma turma, essa com os balõezinhos preenchidos de "lero-lero", nós nos aproximamos, a turma silencia, e "tlim" nosso sinal de igual dentro de nosso balãozinho, a resposta vem rápido "grrrrr", em um só balão, que significa que foi dito em uníssono. Andamos lentamente, meio que cansados, ao longe do caminho vimos outra turma, em que cada boneco com seu respectivo balão, diz e mostra "v", "e", "u", "o", "c", "e", nosso boneco vai se aproximando, a turma de bonecos varia seus ditos (o som pode ser de coral das vogais): agora dizem "o", "c", "e", "u", "e", "v"... Quando nosso boneco se aproxima desse agrupamento de bonecos todos silenciam, nenhum balão, então ele "tlim" seu sinal de "=" que se encaixa perfeitamente: "eu=você", as letras se encaixam, aparece cada rosto de cada boneco, nos bonecos surgem expressões em suas faces, cada um com a sua careta, vemos cada cara com careta individualmente, um pouco de festa, alegria, destaque para os dizeres, agora, "você=eu", logo após isso todos dizem, com o letreiro, "somos todos diferentes, mas iguais". Fim.

Boneco, rosto em branco avista uma turma que fala “blá blá blá”, se aproxima, diz o sinal de igual “=”, som, “tlim”, ouve “humpf”, se afasta, vai. O mesmo boneco avista outra turma que diz em grupo “nhém nhém nhém”, repete o sinal de igual “=”, som, “tlim”, vê todos virarem a cara e iniciarem um assovio olhando pro lado e/ou pra cima, se afasta, vai. O boneco avista mais uma turma que diz “lero-lero”, tenta mais uma vez e diz o sinal de igual “=”, som, “tlim”, ouve “grrrrr”, desanima, se afasta, vai. Com expressão de cansado avista uma turma que diz "v", "e", "u", "o", "c", "e", nosso boneco se aproxima, a turma de bonecos varia seus ditos (o som pode ser de coral das vogais): agora dizem "o", "c", "e", "u", "e", "v". O boneco diz “=”, som, “tlim”, eis que faz sentido, o igual se encaixa nas letras de cada boneco “eu=você”, varia um pouco, “você=eu”, cada boneco com uma careta, letreiro, "somos todos diferentes, mas iguais". Fim.

a mesma ideia simplificada:

Boneco, rosto em branco, máscara branca (acentuar a característica desumanizada), avista uma turma todos com rosto de máscaras iguais, eles dizem “blá blá blá”, o boneco se aproxima, diz o sinal de igual “=”, som, “tlim”, ouve deles “humpf”, se afasta, vai.

Boneco avista outra turma com outra máscara, todos a mesma máscara, dizendo em grupo “nhém nhém nhém”, repete o sinal de igual “=”, som, “tlim”, vê todos virarem a cara e iniciarem um assovio olhando pro lado e/ou pra cima, se afasta, vai.

O boneco avista mais uma turma, todos com a mesma face, que diz “lero-lero”, tenta mais uma vez, e diz o sinal de igual “=”, som, “tlim”, ouve “grrrrr”, desanima, se afasta, vai.

Com postura cansada avista uma turma (essa com cada um com uma máscara diferente), cada um que diz uma letra, "v", "e", "u", "o", "c", "e", nosso boneco se aproxima, a turma de bonecos varia seus ditos (o som pode ser de coral das vogais): agora dizem "o", "c", "e", "u", "e", "v". O boneco diz “=”, som, “tlim”, eis que faz sentido, o sinal de igual se encaixa nas letras de cada boneco e forma “eu=você”, o dizer varia um pouco, “você=eu”, todos os bonecos tiram as suas máscaras, cada boneco com uma careta diferente em suas caras de gente (humanizados), letreiro, "somos todos diferentes, mas iguais". Fim.

:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:
um dia acho que transformo isso num conto, mesmo que fuja do adorado e hegemônico discurso da tevê...

domingo, 4 de setembro de 2011

romance

i.

Você vê? Tem coragem?
Quantos ainda serão atados?
Quando verá, não tem saída.
Controlo a vida, e controlo a sorte.
Não adianta ser forte, eu sou os dados.

Você crê? São paragens.
Sob mia mão serão esmagados.
Qualquer sonho, ou guarida.
Sou quem lida, no cruel fino corte,
Lhe empurrarei à morte, igual soldados.

Você sim, sem mensagens,
sem seus sonhos terminados,
todo poder, toda força, tudo nosso, sou Pollvosoxial, tudo posso.

ii.

Viva a voz ativa,
viva o que nos cativa,
viva o que canta a luz,
viva sem o capuz do carrasco

viva a voz altiva,
viva o som da Diva,
viva os céus azuis,
viva sem sangue, pus, sem asco

mas não viva a dor,
apenas o amor,
desculpe se seu coração,
me priva da dor, constelação de aço,
espaço, gelo, estupor.

Viva sem a raiva,
viva o que criva,
viva o feel blues
viva sem tristeza, viva sem “eu caço.”

iii.

céu, céu de brigadeiro,
estrelas iluminam minha tristeza,
a alma roubada, é seu o brigadeiro,
um doce, uma beleza,
um dia verás no cancioneiro
popular a história da festa.

mel, meu algum dinheiro,
querelas assinam minha tristeza,
a alma roubada, é seu o brigadeiro,
um mote, uma certeza,
e assim se forma um tabuleiro
para algum princípio que resta.

Réu, réu mas está inteiro,
apesar de qualquer a safadeza,
alma roubada, é seu o brigadeiro,
uma venda, que tristeza,
trocar deste modo por dinheiro
pela simples vontade da besta.

iv.

Queria você numa canção,
onde nos tornaríamos um só.
Faria você em uma ação,
e todo este poder dar um nó.

Uma memória de amor,
com flores de cores, capuzes de luzes,
ninhos de passarinhos, qualquer querer
que quer ver de mais uma vez sempre a ti

Daria asas a imaginação,
quando não teria nenhum dó.
Traria de uma longa estação,
como fênix, formar-te do pó.

Uma memória de amor,
com flores de cores, capuzes de luzes,
ninhos de passarinhos, qualquer querer
que quer ver de mais uma vez sempre a ti

v.

Se prenda, se esqueça, a renda é sua cabeça,
não compreenda, nem aqueça, uma esperança,
sua divina contenda é minha extravagância, nunca possuirá-lla, rode, rode, rode, esforço, fique aí no torso, se fores forte, sairá vivo, se fraco fores serás meu cativo...

Caias, sinta a vertigo
Nada para possuir
nada para segurar
não terás nada contigo
um chumbo sorrir
um choro cantar
não tens sequer amigo
para te ajudar
para te acudir
todos serão inimigos
mutilando, ferindo, nem abrigos
nem ir para algum lugar
nem ar para o fogo luzir.

vi.

Amor, quando te encontrar,
não desdenhe meu ingênuo Amor
deixe que desenhe em seu esplendor
o coração.
Alma, quando te encontrar,
sim inspire-se eterna Alma
deixe qual espírito meu que é calma
o coração.
Ama, quando te encontrar,
talvez eu sonhe, sou quem te Ama
deixe quão sem número de um drama
no coração.
No coração.
No coração.

vii.

Se você é inocente, então prove.
Se você é inteligente, então prove.
Se é gente, então prove!
Prove sua limpeza.
Se você não é amado, então prove.
Se você não é um coitado, então prove.
Senão beba do pó, prove!
Prove do veneno de rato!
Prove de todo maltrato!
Prove de fruto proibido!
Prove sim desta libido!
Se fores fingido, então está bom.
Se fores um bandido, então está bom.
Se for crido, então está bom.
Prove do poder total.
Seja bom: seja mal.

viii.

Disque disque disque trim trim
ela diz a ele, ele diz a ela, nada se checa
ninguém algo contesta
bem pregam o mal em qualquer testa
Ti ti ti ti ti ti zum zum
ele fala-lhe, ela venera, tudo é o que era
alguém nada a desdizer
mal, para que o bem quererão fazer
Bla bla bla bla bla bla qua qua
se não existe verdade, a vida é uma festa
não há nenhum compromisso
prosseguindo assim será sempre o que era

e não nos envergonhamos!
o que é uma safadezazinha!
Se não há consequências!
Somente mente com decência!
Apenas penas nós julgamos!
Para as pessoas pobrezinhas...

Disque disque disque trim trim
ela diz a ele, ele diz a ela, nada se checa
ninguém algo contesta
bem pregam o mal em qualquer testa
Ti ti ti ti ti ti zum zum
ele fala-lhe, ela venera, tudo é o que era
alguém nada a desdizer
mal, para que o bem quererão fazer
Bla bla bla bla bla bla qua qua
se não existe verdade, a vida é uma festa
não há nenhum compromisso
prosseguindo assim será sempre o que era


ix.

Meu Líder, sabe o bom, o melhor
sabe separar o joio do trigo
à Cezar o que é de Cézar
à Deus o que é de Deus.
Aos descendentes, os céus na terra.
Tens todos os carinhos meus
Tens todos os carinhos meus
Meu Líder, sabe o tom, sim senhor
sabe retirar dos olhos o cisco
à Cézar o que é de Cézar
ao fisco o que é do fisco.
Condescendentes com paz na terra.
Tens todos os carinhos meus
Tens todos os carinhos meus

x.

Estão correndo os dados,
teu tempo está acabando,
nada és, não tens nada,
nunca serás neste caminho.
Ser não é algo importante,
Ser algo não é importante.

Esta contenda de amados,
conhecer-se mais brando,
tudo és, farás tudo,
construindo com carinho.
Ter não é algo importante,
Importante é algo não ter.

Estar perdendo os jogos,
E segue se superando,
Fogo traz, luz dos fogos,
Até saber o caminho.
Ver tudo que está distante,
Distante está o que se quer.

xi.

Olha para mim e brilha...

@ Aquele que eu amo,
acha dominar a situação,
eu preciso de um acessório,
eu preciso de segurança,
bolsa ou animal de estimação
ele sempre será uma criança,

Olha para mim e brilha...

! Aquele que eu amo,
chega cantando uma canção,
e não me leva nada ilusório,
e não me levando a um encanto,
deixo ele acreditar na ilusão
de me embalar com seu canto.

Olha para mim e brilha...

~ Aquele que eu amo,
presta sempre muita atenção,
e traz enredos, contos simplórios,
sempre coisas alegres, sem pranto,
rio mais dele que da narração,
quero é amar em qualquer canto.

Olha para mim e brilha...
Meu amor poder ser total...
Escuridão assim é fatal,
Eu nunca percorri esta trilha.

xii.

LÁ VAI ELE, O PROSCRITO
FINGE INOCÊNCIA, ESTÁ NA CARA
DESOBEDECEU TODO O RITO
QUIS SER UMA PERSONALIDADE RARA
FEZ POUCO CASO DO MITO

SER ASSIM É COISA MUITO CARA
É CARÍSSIMO, CARA!

LÁ VAI ELE, O PROSCRITO
MISTER A OBEDIÊNCIA, NÃO VIRE A CARA
PARA NÓS ÉS COMO UM MOSQUITO,
QUE QUALQUER MÃO ESMAGARA
NÃO ADIANTA FANIQUITO.

SER ASSIM É COISA MUITO CARA
É CARÍSSIMO, CARA!

LÁ VAI ELE, O PROSCRITO
INFAME IMPRUDÊNCIA, QUE DESMASCARA
NUNCA ALGUÉM FOI MAIS ESQUISITO
DE TUDO ISTO QUEM SARA?
DESMASCARA ESQUISITO!

xiii.

Sem saber veio a fogueira
Para crimes imaginários...
Como podem falar da igreja?
Se igual vocês julgaram?
Como vem falar de justiça,
Se vocês comem carniça,
Se vocês nunca amaram.

ESTOU DE SACO CHEIO DE SANGUE MEU AMOR
EIRA ÁRIOS EJA ARAM IÇA ÇA ARAM OR OR...

Em um papo sem eira ou beira
São sublimes nunca otários...
Pois quando vem a benfazeja,
É a mesma que mataram,
Algo maior em vocês atiça,
Um nova e negra missa,
O cifrão idolatraram

ESTOU DE SACO CHEIO DE SANGUE MEU AMOR
EIRA ÁRIOS EJA ARAM IÇA ÇA ARAM OR OR...

E um dia numa cordilheira,
É certo verei caminhos vários
Minha vontade que deseja,
A mulher que afastaram,
Tua engrenagem enguiça,
Enquanto ela enfeitiça.
Sem saber nos juntaram...

ESTOU DE SACO CHEIO DE SANGUE MEU AMOR
EIRA ÁRIOS EJA ARAM IÇA ÇA ARAM OR OR...

xix.

Aquilo que se quer
Não se consegue sem buscar
mesmo que o acaso traga
o espírito preparado para amar
É nada, não é tudo, falei e fiquei muda
A cada vaga de mágoa ou cada muda de rosa
que mudo você me trouxe em sonhos.
Aquilo que se quer
Não se encontra em um lar
a esmo qual ocaso ou vaga
em coração tão louco por amar
É nada, não é tudo, falei e fiquei muda
A cada vaga de mágoa ou cada muda de rosa
que mudo você me trouxe em sonhos.
Aquilo que se quer
Está na canção que traz o mar
a água ensinando a saga
de se saber no seu interior nadar
É nada, não é tudo, falei e fiquei muda
A cada vaga de mágoa ou cada muda de rosa
que mudo você me trouxe em sonhos.

domingo, 28 de agosto de 2011

molly e o grifo

Uma construção simétrica, concebida em verdades, igual qualquer simetria. Pretendida eternizar um ideal. Algo que só existe no coração, se manifesta pela intuição, mas é intraduzível.

O sol da primavera invadia os recintos obliquamente. No átrio central homens e mulheres comiam, bebiam, falavam, e se fartavam à luz amarelada e intensamente brilhante. Aquele centro de uma antiga idéia agora se tornara vestígio erguido à pedras, argilas e outras matérias.

Molly os servia, e se sentia mal por isto.

Quando em seu coração pressentiu uma intensa emoção, e tomou-lhe o lugar uma visão à noroeste. Um fabuloso Leão Vermelho respirou sem ruído algum, como rugisse mudo. Mesmo com a crueldade daquele olhar, entendeu o recado: "Cale-se, esconda-se, e eu poupo-lhe a vida".

Com o corpo hirto de pavor cambaleou até um cômodo escuro, atrás de si.

Um monstruoso barulho veio lhe preencher os ouvidos, e tomar conta do ambiente. sinfonia de ossos se partindo, gritos humanos, móveis despedaçando-se. Aquele medo em Molly foi se transformando em música que a remetia aos sons naturais, como cachoeiras e canto de pássaros, uma música imprevisível, um jazz.

Os gemidos ainda estavam sendo emitidos quando ela saiu, sentindo a ausência da fera. Tudo ia se tornando silêncio.

No chão muito sangue, em poças, em pedaços de mesa, em pedaços de gente. Só foi devorado das vítimas os olhos e os corações. Abaixou-se e com os dedos cruzados numa das poças provou do sangue fresco. Ouviu uma voz:

"Ouça menina, vá embora, sua vida se renova nesta hora, não existem mais ninguém que lhe possa escravizar, eu trouxe-lhe a salvação. Seu batismo foi de SANGUE"

Assim proverbiou a Águia Dourada, e seu olhar era como se pudesse devorá-la, mais já estava saciada.

A simetria se reconstituiu no tempo, enquanto o espaço se constituiu num templo.

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o cavalo

O cavalo e seu cavaleiro conversam, que não haja dúvida sobre isto.

Qualquer um que por ausência de palavras demonstre algo, e compreendido o possa dizer.
E mais..

O cavalo tem o perfil de seu dono, é fiel à ele, um gesto entendido pode significar a vida salva.

Quando é de batalha, podemos ver um único ser, no meio do sangue e das mortes é uma só alma.

Os antigos maias acreditavam que se tratavam de Centauros, àquela figura mitológica meio homem meio cavalo, quando viram espanhóis em suas montarias... Uma só alma, em um só corpo dividido.

Os sentimentos são compartilhados, se o animal se fere, que o cavaleiro sinta, que a sua espada defenda a extensão do corpo seu.

Num ferimento o animal sente, mas não pode sair do controle, pode dar um pulo, um "tranco", emperrar como uma motocicleta, a motorcicle, or a Iron Horse. E cabe ao cavaleiro mantê-lo vivo, pulsante.

Domar animais selvagens, sem fugir da sua própria selvageria é o princípio dos oito segundos de uma competição de montaria, de um peão de boiadeiro. Um extremo ferimento do cavalo, reagindo à todo custo contra sua submissão. Quer continuar livre.

O peão age com o braço e com o coração, um Royal S. Flash, com copas e Reis, Rainhas e et coetera...

Os cavaleiros, em conjunto são quadras, como os quatro do apocalipse, um de cada naipe: Fome que um dia fora Ouro, Peste que fora Amor, a Guerra, quando laços eram paus, eram ramificações de um mesmo ideal, e transformou-se na clareza e objetividade da Espada, que invertida pode ser vista como a Cruz. Um lado de Morte, e um lado de Vida.

Somos selvagens por natureza, no xadrez um cavalo é a segunda mais versátil das peças, mas realiza um movimento inimitável, não pode ser perseguido por apenas outra peça, e sim cercado. Um movimento imprevisível. Talvez por isso aprendamos a dominar nossos instintos, em um aprendizado que pode descambar para a indiferença, ou pior ao atavismo.

Como quando o cercamos para capturá-lo, selvagem como nós um dia fomos.

Igual como quando nos percebemos furiosos, e tememos fugir ao nosso próprio controle.

Uma selvageria que se conquistada se transforma numa linda fidelidade.

Se submetida tranforma-se em burrice.


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realidade

Um homem fala ao telefone:
- Estou pisando em ovos
Uma mulher o vê pisando em piso sintético barato.
Uma criança imagina se formigas põem ovos.

A realidade é a base de qualquer coisa, é o chão que se pisa.


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fábula

Você está vendo a luz?
São os olhos de Manhana Régia. Você e eu estamos neles.
Um raio de luz que não que ser nunca absorvido.
A floresta à nossa frente, flores, borboletas, pássaros, e uma voz: "Estou louco por você".
É apenas uma voz na floresta, de onde vem isso?
Estou falando sozinha, tem mais alguém aí?
Estou falando sozinho? Tem mais alguém aí?
"Um pouco eu, e você".
Voz toma mais intensidade, e se nota um descontrole...
"Vamos, ande, venha brincar, o lugar está muito, muito sozinho". Vós começais a não entender? Mã, estais perdida em excentricidade?
Minha alma sã num porvir de felicidade.
"Venha, cante, vamos queimar, estou louco e perto, bem pertinho". Da manhã, vê um Dragão quando já está em uma clareira na mata. Rainha, pagã, uma ilusão diante o fogo que sai em labareda da entranha da morte.
"Está perdida?" diz a voz.
"Estais perdidas? Dize vós".
Manhana olha ao lado, um príncipe ao lado.
Um dragão cravejado na armadura.
E uma candura na voz assustadora.
Não era assim.
Apenas o fim amado.
Nunca houve alguém lá...
Dize vós: Houve alguém lá?

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fábula (dois)

Uma mulher, chamada Manhana Régia, dentro de uma selva, se assusta e sai correndo assustada de dentro da selva, fica branca ao ver um dragão que cospe fogo. Paralisada frente ao dragão alguém lhe toca a cintura, olha ao lado um homem, se tranquiliza. olha à frente, e o dragão já não existe mais, só o homem ao seu lado. Um sonho de fadas se realiza e uma estrela nasce.

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Puzzle

Menina linda, mesmo com seus cabelos raspados entra em um bar. Homens insinuam sobre suas nudezas, e as dela. Até aí nada a se reagir. Estava, Puzzle, resiguinada a ficar só. Um brutamontes agarra a menina Puzzle: Abraça-a contra a vontade.
BAM
O homem cai de costas. "Já ouviu falar em Quebra-Cabeças?" Diz a linda Puzzle, com uma manchinha de sangue em sua testa, linpando-a calmente com um lenço.

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cry wolf

"Queria me expressar sobre este terrível costume dos paulistanos de aplaudir de pé qualquer porcaria"
Era essa a idéia que ouvi numa palestra sobre teatro...

"Cry wolf" é uma situação:

Um menino gritava de um estábulo, dizia estar sendo atacado por um lobo. Vieram acudi-lo e era mentira queria apenas chamar a atenção.

Um dia realmente um lobo apareceu, o menino gritou, gritou, mas ninguém veio em sua ajuda, foi devorado pelo lobo.

"Cry wolf" é o nome desta situação.

Um dia estava no cinema assistindo Mulan/Disney, e em determinadas cenas aplausos bem suaves eram ouvidos. Eu pensava qual a razão destes aplausos? Se no cinema é uma fita que roda? Simples ter começado a aplaudir junto: Existem funcionários no cinema que o mantém limpo, vendem pipoca, recebem os bilhetes ou fazem a fita girar.

Aplausos.

É simples como o tom de voz. A velocidade das palmas, a intensidade das palmas, o ritmo, podem transmitir sentimentos...

Um dia aplaudi uma peça sem me levantar, ninguém se levantou, como apludissemos Mulan, simples e baixinho como se sussurassemos o quanto havíamos gostado.

Outra vez um show em homenagem à Vinícius de Morais, as palmas acompanhavam a canção, aplauso de pé e no ritmo.

Podemos aplaudir em número específico de vezes: Esta peça merece sete palmas, esta merece três, esta merece uma bem forte como um soco, etc...

Também pode-se usar outras formas: bater na mesa, estalar os dedos, assoviar, gritar, urrar, vaiar, etc...

Uma vez vi uma peça, fiquei louco, ou já estava predisposto, levantei aplaudi e quase caí, se fosse mulher desmaiava, saí cambaleando, a peça nem deveria ser tão boa, mas eu gostei.

Se alguém acha necessário aplausos em pé que fique de pé, mas não precisa ser seguido por toda a platéia...

Se for para entrar numa peça já sabendo que no final vou aplaudir de pé mesmo sem entender, ou sentir 'lhufas'. Talvez seja razoavel o aparecimento das claques estampadas: PALMAS.

Por que aplaudir de pé não é nem para todos os espectadores muito menos para toda a obra.

De pé, frente ao final de qualquer coisa é "Cry wolf", um dia alguém verá a peça de sua vida e para demonstrar talvez só trazendo abaixo o teatro. Destruição total. Ninguém tem mais discernimento.

Então vou rir de qualquer bobeira só para variar, ou me sentir normal.

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vande-se

Final da Avenida Paulista: "Viche, 25 metros de mulher..."

A foto começa nas ancas, mas se abstrairmos a proporção, tem-se a mulher em pé como se tivesse 40 m. Ela ainda se dá ao luxo de levantar as mãos... ...para fora do espelho, para baixo seus pés no chão.

Em seu plano horizontal, como um espelho de guarda-roupas iluminado eu me sentiria o próprio Godzilla!

Imagine: a Avenida, a passarela, e as paulistas desfilando nela.

Igual àquele clip de um grupo de rock: LovesStrong, só que era NY.

Aqui, Brasil, sem dinheiro, só se pode imaginar...

Nhem, nhem, nhem.

Mulheres de 40 m com uma coleira escrito Godzilla.

Qual a relação entre os Rolling Stones e a Fórum?


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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Canudos

(o rei)
um rei roto, oprimido
um rei que não será vencido
um rei de palavras tão fortes
pois deus era outra pessoa
faria cicatrizar cortes
palavra nos ares ressoa

(as capelas)
nas capelas a gente rezava
por deus um sino badalava
sabíamos que existia o céu
e o reino daqueles demônios
que venha então o corcel
o espírito santo dos sonhos

antônio conselheiro fora um rei
antônio conselheiro fora um rei
um rei de palavras tão fortes
conduzira-nos pelo sertão

(a vila)
a vila era de paz
de trabalho era capaz
tudo sempre fora para nós
mesmo na escassez do agreste
nunca estiveramos sós
nem na felicidade ou na peste

(o clero)
o clero posuia pavor
por um novo salvador
que poderia não ser mais aquele
que pregado na cruz levaria
todos nossos pecados com ele
condenado por herodes um dia

(o governo)
palavras, nosso destino
um rei ou um deus-menino
um homem tão sábio, tão cabra
não temia pelo governo
e sua sentença macabra
de trazer ao sertão o inferno

(as tropas)
vieram tropas do sul
vieram vestidas de azul
vieram trazendo rajadas
de fogaréis e ventos trovões
mas, pelas montanhas tragadas
sangravam pelos sertões

(os nossos)
vieram tropas do sul
vieram vestidas de azul
valíamos cada para cem
não havia homem que vivo
pudesse ir mais além
que cada um de nós mais ativo

(os jagunços)
vieram jagunços armados
bandidos muito bem pagos
a mando de algum coroné
trouxeram dinamite para a guerra
só eles eram pário para fé
devastaram tod'essa terra

(o frio)
com o sangue viera o frio
com a morte viera o frio
poucas mulheres e crianças
jogados em sujos vagões
mas, como é grande a esperança
soará nos céus dos sertões

(epílogo)
meu bom jesus conselheiro
e que por ser tão sublime
não sabíamos o porquê
de ser aquilo algum crime
por vir somente de vos-mecê
por vir somente de vos-mecê

meu bom jesus conselheiro
e que por ser tão sublime
não sabíamos o porquê
de ser aquilo algum crime
por vir somente de vos-mecê
por vir somente de vos-mecê

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hey, sr. fanta (dois)

ele bate porque é burro?
ou é burro porque bate?
qual o segredo da bolacha?

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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

à melhor pessoa do mundo

conto como se fosse
canto como se estivesse
sozinho
nas asas do vento veio
nas asas do vento veio
um recado
que eu não me estritecesse
por que meu amor está
secreto
ainda não existiu
ainda não está aqui
por perto
ouvindo os passarinhos
na manhã que vai surgindo,
desperto
meu bem não quero mais
meu amor não estar aqui
por perto

oh, beija-flor me traga, por favor
a leveza, a doçura, a beleza
que está nos olhos dela

oh, beija-flor
me chegue bem mansinho
com a lembrança de seu canto
do seu nome, oh, bela

suave como a noite e o luar
como você não existe
nada, ninguém ou lugar
vida, oh, vida linda

mas au sinto o seu carinho
ainda
por instantes, o sol raiou
por instantes, o meu amor
sonhou
e desejo de coração
que eu quero é namorar contigo

enquanto espero
sonho contigo
enquanto canto
sonho contigo
enquanto respiro
o amor amigo sonha
contigo

vida, oh, vida bela
pena que não posso estar com ela

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mar ilha

vou
passear pelo ar
pra encontrar
a ilha do mar
na imensidão
verdazul
dos seu olhos,
oh, marília

vou,
vou voar
na solidão
do coração,
verdeazul
de marília

vou
lhe levar
esta canção
a cor
do seu ser
levando fé
na canção
que permanece
sem cartilha

vou,
vou soar
na amizade
de minha mãe
de minha irmã
de minha filha

vou
lhe cantar
lhe soprar
sempre marília

lá lá na ilha
lá vai iria
lá ai íria

laraiaiá
laiará
laiaiá

vou planar
sou albatroz
com ar veloz
bem entre as asas

por detrás
da imensidão
dos seus olhos
que são duas lindas ilhas

vou,
vou perseguir
o sofreguidão
do coração
verdeazul
de marília

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prisão sem celas

a morte não me diz o que eu te digo,
por favor, não deixe que isto ocorra,
estou vivendo como um mendigo,
minha mente e percepção que morram...

este amor vinculado ao acaso.
depende da sorte pra nascer,
só que alguns segundos atraso,
sandra, já não poderei te ver.

ocorre que o que nos une é algo
estranho e que talvez não pereça,
mas talvez um dia desapareça...

em cretinos percalços deságuo,
e como eu espero algum desenlace,
que nos posicione face a face.

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patrícia

Nenhuma noticia interessante
Nada de legal para escrever
Só a tela luminosa adiante
E nenhuma vontade de esquecer

Nem do tom agressivo, lancinante
Nem da solidão que eu ia lhe dizer
Nem do esquecimento itinerante
Que sempre me fazia esquecer

Vaso ruim não quebra, inda mais diamante,
O tapa tem que muito mais que forte ser
Mais se a marreta for um pouco semelhante

Estrago algum talvez possa ela fazer
Mas resiste a uma intencão torturante
Sempre será forte bastante para viver


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taís

acho que não esquecerei jamais
estes teus olhos, dois cristais,
qual me trará muita saudade
sempre transbordante bealdade

acho que este ar amalucado
guarda algum brilho dourado
da grande cúpula celeste
ou uma luz que da vida empreste...

...d'alguma luz que empreste...

...algo que vai além dos mortais
algo que nunca terá idade
algo que me deixa abobado

algo nascente como o leste
algo a mais que a felicidade
algo como esse verso adocicado.

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o casamento

eu não quero,
mas eu digo
aceito
sou agora
teu amigo
aceito
---------
mia senhora
traz consigo
ajuda
---------
nessa hora
teu amigo
ajuda
---------
pois aurora
banho digo
arruda
---------
vou tomar
adeus
tomar
adeus
tomara,
meu deus,
tomara

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mel

com aquela inofensiva abelha
usaste a fumaça da centelha
do cigarro de modo a espantá-la
e então fugiu, sem ar, sem fala

voltou num enxame em esquadrilha
pronta para a batalha, ou guerrilha,
a formação desenhou o horizonte:
um suporto fio bem defronte

ao nosso olhar lenta levantou-se
tal qual uma ponte levadiça
fechou? não, mas abriu o desejo meu

nequela constelação, achou-se,
um nome, que tão bem sábio, à vista
vi apenas que luzia: mel

vário pequenos pontos
zumbizares

mel

(e foi o fogo que me disse!)

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fases

fazes por que fazes?
fazes frases?
apenas fases
por quê?

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

pausas

enquanto eu risk risk risk
ela tsc tsc tsc

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1/2 soneto

eu,
uma árvore,
com bem-te-vis
e colibris

ter de mármore a alma
te enxergar a dor
e com muita calma
te beijar, minha flor

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aurora

Aurora
irradia poesia
vam´bora lá p´ra fora

essa brisa fria anuncia
Aurora
irradia alegria
vam´bora lá p´ra fora

essa brisa fria prenuncia
Aurora
irradia fantasia
vam´bora lá p´ra fora

essa brisa fria inicia
Aurora
irradia melhoria
vam´bora lá p´ra fora

essa brisa fria sinaliza outro dia
lá fora

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êxtase

cocaína
anfetamina
heroína
aspirina
cafeína
adrenalina
endorfina

apenas ti,
minha menina,

me alucina
e altera minha

sensibilidade

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fechadura

amor como meu, não acha
se esqueceu?
me corta?
´tô indo agora comprar uma borracha
e vou fechar a porta

Tchau!

arbeit macht frei

cadáver devora cadaver
caráter fingindo caráter
cidade está para cidade

ar

de

liberdade

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arbeit macht frei = o trabalho liberta

asfixia

sem dúvida
é inóspito
o cheiro cinzento

espessa poeira
paira e margeia

esta
mácula
derradeira

este véu rotundo
este céu de chumbo
este odor úmido
este medo fétido

névoa densa podre núvem
névoa podre densa núvem
densa névoa núvem podre
densa núvem podre névoa

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rap soccer

bate muito bem
desta vez
um porém

pimba!
na baliza

mister dob alina dob dob alina

7o

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as pedras

um tijolo de barro
branco

se eu pudesse
eu faria poesia
como são as pedras

quietude
simplicidade
clareza

como são as pedras

se eu pudesse
apenas
se eu pudesse

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sábado, 6 de agosto de 2011

fundamento

não há como apagar
de volta esse limão
doce como o viver
nada de parada
ainda menos retroceder

vai ter de derrubar
vai ter de derrubar
só ter de derrubar

pesado como o chumbo
não há contramão
duro como sorrir
nada de parada
a bola eu quero de volta

vai ter de retornar
vai ter de retornar
vai ter de derrubar

passe que passa
rápido para a penettração
passe que passa
o instante
sentindo a pressão
sentindo que na corrida
terra tem dono não
sentindo que na corrida
tentativa bem-sucedida
completa sua ação

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lobita

eu não sou para sempre
eu sou toda momento
nos vários tormentos
no turbilhão da mente

eu sou loba menina
na teta amamentada
pois sou eu quem ensina
a chacinar manadas

sinto o cheiro de longe
da pólvora espingarda
pouco caso sobre os monges
e prossigo vida largada

a faísca do teu olhar me conteve

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desenho

em um mesmo instante
eu mesmo em um risco

um traço
um passo
um fisco

no ato da ponta de um lápis
a grafite o rastro

a mágica
o rito

malabarismo estrela no chão não
rima

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fernão

da
árvore
voar
passarear
por aí
pelo mar
penas
só por sonhar
sobrevoar

*

mergulhar
agulhar
o mar
pegar
o peixe
mais profundo
do mar
o sabor
o saber
o som
vou passar

*

saborear
e passear eu vou... ...é o que sou eu.
sou voar

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girassóis

procuro o girassol,
só a cura do mal,
só meu último anzol.
peixe-leão-pássaro
engaiolado.

penso tanto em ti
que já não existe mais simultaneidade

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live!!!

entre o Cristo e a cruz
entre eu e você
entre a cruz e a espada
entre você e a minha luz
eu corro
eu choro
eu morro
imploro
outra chance
a revanche
avante avante avante
entre a batalha e a paz
entre o que eu sou e não sou capaz
entre a vida e a morte
entre a sorte e o azar
a matar
arrancar
a calar
arranjar
a revanche
outra chance
avalanche avalanche avalanche
entre o fixo e o astuto
entre o fisco e o salvo-conduto
entre o riso e o luto
a remoer
a coser
a cozer
a remoer

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joker & batman

um sem o outro
não é nada
quando um arma
outro desarma
alma gêmea
de si mesma
singular
Deus e Diabo
loucos
loucura é lar para poucos
para-quedas
queda livre
queda suspensa
anti-tédio
antítese de pressão

isso aí
só isso

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rainha de gelo!

rainha de gelo!
como cantar o amor?
sendo eu
em tanta
fúria?
o ácido corre em minhas
veias.
aleluia! um dia devorei
tuas teias.
rainha de gelo!

e fazê-la sentir,
quando eu em angústia,
teu coração frio e de
metal.
aranha, só teu veneno me foi
letal.
rainha de gelo!
foste a cura.

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sereia (dois)

sereia
areia
rima fácil
solo mágica
eu figura trágica
sem ela
no ela
no way

simplesmente

metal
sou dúctil
útil

mas também me quebro
enferrujo

como aquilo
atrás do vidro
do espelho

o fundo cego

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sereia

sereia
areia
onde teu corpo
serpenteia
és toda espaço
mágica
tragédia
nunca te alcancei
nunca te abracei
nunca me balancei

em teu colo
rainha
pudera seres
minha

algum dia

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morte

santa te fita acalanto magicamente
górgona já olha a carne no cerne esblástico

e ademais
(mágoa e água na boca)
e ademais
medo horror cegueira mito/morte é não provocar
o borbulhar das coisas (águas) o borbulhar,
mesmo seres cheios de nada, vazios
de vácuo fugidio limite ebulição/vida

t____e____m____p____o
não
tempo
e mesmo assim
t____e____m____p____o
mas efemeridade
do momento
VIDA

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monocórdico

teu coração exibe tantas
tortas mágoas
de um passado tão profundo

onde mágoas por vezes
tão erradas
tanto quanto o abraçar de um mundo

exibindo um tiro contra
um muro de um
passado por vezes tão escuro

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terça-feira, 2 de agosto de 2011

CINUSP "Paulo Emílio"

borboleta psicodélica

cada quadro representa também pensamento
cada fato histórico é também um movimento
cada produção artística é também política
cada coisa dita dita uma nova tática

centopéia autoritária

para cada qualquer coisa tem também uma crítica
para cada cara cresce uma nova estética
porque sempre o senso está muito sedento
porque sempre o senso está muito sedento

elefante que pula-pula

se seu raciocínio está mais para o exdrúxulo
se seu olho está xulo ou muito cínico
se achas que está mais pro símio que pro sapiens
se pensas que isto é loucura ou um delírio

hieninha mentecapta

venha conhecer cinema sem nenhum espetáculo
venha ver não tema não fique estérico
venha ver não paga nada nada é grátis
venha ver pra ver se entende o rap


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