sábado, 9 de julho de 2011

o amor é cego...

imagina só
imagina se
por que amor não tem motivo
explicar o inintelegível
o coração, cor e som
imagina uma nova canção
imagina a ação, imaginação
imagina-se
imagina se eu lhe esqueci
imagina só
imagina que
agora, você aqui
você é que me faz feliz
imagina quando você quiser
imagina quando eu puder
imagina se você quiser
imagina se eu poderia
imagina quando você quiser
se eu disser o quanto lhe gosto
sem fazer você ficar distante
ainda mais distante ainda
ainda mais impossível
o amor não tem motivo
ele é assim inintelegível
poderia explicar
fazer tratados
bolar mil manifestos
pois não seriam apenas os restos
daquilo que ele realmente é
é mais que eu
é mais que você
é mais que qualquer um de nós
chega bem pertinho de citar seu nome em vão
minha senhora
meu senhor
ele, às vezes, traz alguma dor
meu amigo
minha amiga
mas ele sempre encontra saída
às vezes, até, à nossa arrevelia
ele traz também alegria
ele, às vezes, traz concórdia
a esperança em um novo dia
e a poesia que se queria
e quem lhe esqueceria
o amor é o maior cego
cego mor
tipo morcego
para voar usa os seus dedos
ele é assim meio esquisito
pois olha com seus ouvidos
ele ouve o seu caminho
um caminho novo suspenso no ar
é estranho, vai acreditar
bichinho feio e pequenino
que vai voltar pro seio-caverna
o coração não está perdido
quando está cego de tanto amar
meu coração é um morcego
que vai bater bater as asas
e voará em alguma direção
e qual será a do seu coração
porque amar não tem motivo
é algo assim inintelegível
que simplesmente não pode ser visto
e é muito muito mais que isto
qualquer poema vale a pena
se a alma não é pequena

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