sábado, 13 de julho de 2024

Sr. Qryz e o Dragão da Esquizofrenia.

Vou apresentar a minha trajetória,
De fazer canções quase sozinho,
Porque aprendendo muito de memória,
Digo que dali há flor e há espinho,
Ou de amizades vividas de história,
As vezes, ordenada, as vezes, desalinho.
Sou iniciante e sou também veterano,
Que esse Dragão me interrompeu meu plano.

Mais de vinte e um anos foram vividos,
Tive meu contato com a escuridão,
Aos medos sem norte, sem noite, sofridos.
Que medo louco é o véu da solidão!
Pensamentos confusos e exauridos,
A mente posta à fogueira do Dragão!
A vida apenas e se recuperar
Para ver a morte se aproximar.

Aqui em casa de tudo cuido eu,
Uma mãe idosa que sustenta tudo,
Ela é bipolar, mas o cuidado é meu,
No tempo livre, eu me faço, me mudo,
A faço a canção de culto a Orfeu,
Leio, me informo, descanso e cuido,
Mas nunca abandono a canção,
Um lugar em meio a destruição.

Já vivi nas ruas, já fui despejado,
Internado fui três vezes, tá bem,
Mas saí, eu nunca fui aprisionado,
Entre muros não se ajuda ninguém,
Um espinho em um coração magoado,
Não haviam muros, nem grades também,
Como foi legal essa lei do Delgado,
Assim possível viver a remissão,
Sintomas não se vão na prisão!

Quando não podia cantar ou chorar,
Porque cantar e chorar é viver,
Corria para o teatro, representar,
Nunca mostrei, porém, o meu cantar,
O que me causa um muito sofrer,
Seguindo assim sem poder me mostrar,
Com muito feito e muito por fazer,
É a primeira vez que, frente à plateia,
Terei eu a mais perfeita e bela ideia.

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