sexta-feira, 27 de março de 2015

Uma História que me Contaram.

Personagens:
Otávio: Garoto de 11 anos que adora se movimentar pela casa pequena.
Mãe de Otávio: Dona-de-casa com aproximadamente 30 anos.
Capitão Drummond: Cirurgião da Aeronautica que estava de plantão na Santa Casa de Anápolis/GO naquele dia.
Mel: Cachorrinha dourada de Otávio.

Ambientes: Tardinha na casinha de Otávio, e noite num consultório hospitalar.

Otávio: Vamos, Mel, entrar em órbita, passar pelo portão transtemporal e entrar no anti-mundo.
Mel: Au-au!
Otávio correndo em círculos pela construção entrando na área de serviço por uma porta e voltando para a cozinha pela outra porta. Mãe cozinhando feijão em frente ao fogão, sem se incomodar.
Mãe: Otávio, já é hora, você precisa dormir, amanhã tem aula. Feche o portão, e a porta da sala...
Otávio: Cuidado, Mel, esse portão é pesado...
Portão faz barulho, quando fechado.
Otávio: Mel, Mel, vem, ué, aonde molhei o dedo? Opa, está pingando... para um pouco, e diz: é sangue!
Ao lado da Mãe que presta atenção no preparo do alimento.
Otávio: Mãe, está pingando!
Mãe: Sim, deixa eu firmar a torneira que para de pingar.
Sem olhar para Otávio que estava calmo.
Otávio: Está pingando aqui do meu dedo...
Mãe: Meeeeeniiiinoooo! O que voceeeeê feeeeez? Ooooh meuuu Deeeuz!
Otávio: Calma, Mãe, não está doendo....
Mãe: Preciiiiisa, iiiiiir paaaaraaaaa aaa Saaaaanta Caaaaasa!

Corte para consultório do hospital, médico chamando paciente:
Dr. Drummond: Otávio Henrique. (pausa)
Otávio: Oi, doutor...
Dr. Drummond: Que corte feio, hein, Garoto?
Otávio: Mas parece que está doendo mais na minha mãe do que em mim...
Dr. Drummond: Aode ela está?
Otávio: Uma enfermeira está dando um calmante para ela... Já vem...
Dr. Drummond ri.
Otávio: Que legal esse botton, bonito, ele... essa espada alada voa do mundo para o anti-mundo também?
Dr. Drummond ri de novo e diz: Não é um botton, é uma insígnia, eu sou cirurgião da Aeronáutica. Voa sim!
Otávio: E esse meu dedo, tem jeito?
Dr. Drummond: Tem, uma anestesia local, e alguns pontos e em umas semanas, e fica novo em folha.
Dr. Drummond: Mas, como você se machucou desse jeito?
O médico puxa assunto enquanto prepara os curativos e inicia a pequena cirurgia.
Otávio: Eu estava em órbita, indo do mundo para o anti-mundo, lá eu cavalgo a Mel, aqui no mundo, eu a alimento, lá ela é um dragão voador, aqui um cachorrinho.
Dr. Drummond: Hum, sei como é que é, quando a gente voa.
Otávio: Aí, eu fui fechar o portão pesado. Estava olhando a Mel que é pequenininha, sabe, para o portão não pegar nela, e esqueci de mim, esqueci o dedo na reta do portão. Mas não está doendo.
Dr. Drummond: Na guerra, às vezes, os feridos não sentem nada, estado de choque.
Otávio: O senhor já esteve na guerra?
Dr. Drummond: Já estive em catástrofes, no Haiti, é semelhante. Me chame de você.
Otávio: Ai.
Otávio sente dor no primeiro ponto.
Dr: Drummond: Não se preocupe, a dor deve passar com a anestesia, garoto.
Otávio: Vai doer?
Dr. Drummond: Deve doer sim... Quando você relaxar.
Otávio: Não diga para a minha mãe que dói, para não preocupá-la.
Dr. Drummond: Você volta aqui na semana que vem para a gente acompanhar seu ferimento interestelar. Só mais uma coisa, Otávio, você é muito novo para que seus ombros suportem o mundo.
Ambos se despedem.

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