segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Duas Medidas.

Se o trampo é barato, presume-se que muita gente faz, então se é desobrigado em arcar com a demanda. Agora, se pouca gente faz, é caro, e deve-se cobrar à altura. Ou a lei de mercado se revoga assim? Faz acepção de origem para legitimar trampo intelectual.

Existe mais gente formada, e gente que, devido às condições de vida delas, pegam qualquer coisa, então aceitam trabalhar sem a devida remuneração pelo trabalho intelectual (que eu desconfio ser um direito de nascença, o de ter, ou não ter, remuneração por trabalho intelectual -- coisa de passado colonial escravista e monárquico), e aceitam assim a situação em indigência intelectual, acabando por receber por alguma coisa concreta (como se o trabalho intelectual não fosse concreto, na verdade, é o que há de mais concreto, sem ele não se erguem edifícios, por exemplo, não se montam automóveis nem computadores, e por aí vai...), e nada recebendo pelo que produzem além disso, enfim, trabalham de graça.

Então, a solução seria que o trabalho intelectual como modalidade produtiva fosse valorizado, e isso cabe aos profissionais que o desenvolvem, não o que vem acontecendo, o que acontece é que o "meu" trabalho intelectual tem valor, mas o "dele" não tem. Isso acaba por precarizar TODO trabalho intelectual.

Olha que trabalho intelectual é uma saída sustentável para a crise de matéria prima que se aproxima, em vez de comprar e vender matéria física, comprar e vender matéria simbólica, que não consome tanto assim os recursos finitos do nosso planetinha.

Eu acho isso, mas tb acho que vou precisar repetir essa ladainha mais algumas vezes.

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