domingo, 24 de março de 2013

televisão

e seu pensamento único,
seu mundo anacrônico,
se não fosse suas mil bocas
e todas a suas trocas,
seria uma bela porcaria,
e ninguém a ouviria,
veja só essa janela,
ao contrário da paisagem,
por onde se pode ter passagem,
isso não pode nela,
nem seus personagens,
que vistos de perto,
não sao mais que imagem,
pura banalidade,
violência,
pura banalidade,
loucura,
pura banlidade,
morte,
pura banalidade,
miséria,
pura banalidade,
controle remoto,
uma concessão,
vinda de cima,
para a conclusão,
que nunca rima,
aquela janela lacrada,
onde não há diálogo,
a gente se acha inteligente,
mas nunca um pouco mais gente,
desprezamos com quem vivemos,
e adoramos quem nem conhecemos,
naquela janela lacrada,
não há outro lado,
não há brisa noturna,
mas uma fera taciturna,
ninguém pra lhe ouvir,
como um transeunte,
que lhe pergunte,
como foi o seu dia,
mas é ladainha repetitiva,
agressão relativa,
para seus umbigóides ensimesmados,
midiotas vidrados,
acima de tudo, o dinheiro,
da inveja destrutiva,
porta de banheiro,
cultura de expiação,
para descontar em alguém,
e não dar valor à nada,
sem pensar nas consequências,
sem poder ir além,
assim é o personagem,
não a população que entra em seu transe,
mas o público-alvo imaginado por seus gestores,
gestão de símbolos é gestão de corações e mentes,
de corpos pra virar mera-ferramenta,
e enriquecer uns poucos,
para um bando de quero-agoras,
a nova escola de dementes,
a cosmética dos detratores,
a lógica dos torturadores,
a ideologia nojenta,
da submissão imposta,
não passam de rola-bosta,
e não quero ir além,
pra não sofrer mais perseguição,
mais do que essa que sofro, imposta,
e que você, se visse o que vejo,
sofreria também,
assim a televisão,
algo diferente,
com um controle remoto na mão
é ilusão...

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