terça-feira, 5 de julho de 2011

portas fechadas

dias e dias com fome
as terras alimentam máquinas
as máquinas se alimentam de fome
e nós construímos as máquinas
hoje, se alimenta a máquina e não o homem

no fogo da fornalha se vê o amor da vida
a fábrica parece o inferno
ela e sua fornalha
o amor maior da sobrevivência
está no dia a dia da fábrica
e a morte que mata aos poucos
está na fábrica
a vida vivida sem sabor
está na fábrica

mundo sem sentido onde
se dá valor ao não sofrido
ao não-lutado
e quem luta pela sobrevivência
é explorado pelo "herói"

portas fechadas, saídas trancadas
não dá pra ficar conformado
não dá pra ficar parado
tiraram os degraus da escada
os famintos ficarão famintos
como mortos-vivos, ficarão mortos

vamos derrubar as portas juntos
vamos fazer tremer os cadeados
quem precisa de você está esperando
sua recompensa virá
com o tempo

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