quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Morte Começando pelo Símbolo.

eu diria
que o poeta
precisa aprender a matar
não o mais fraco
como fazem os burgueses
como faz a competição burguesa
necessitária de holocaustos
parasitária de riqueza
simbólica ou não
mas aprender a matar
o mais forte
o mais rico
o mais belo
orgasmatron

antes que alguém se incomode com o peso dessa mensagem, eu devo acrescentar que não se trata de matar de modo ilegal, mas de matar de alguma das maneiras que a lei permite, por exemplo:

se TODOS deixarem de assistir a Rede Globo, os três irmãos Marinho morrem, alguém duvida?

eu sei porque é exatamente assim que o Estado está matando eu e minha família.

e é exatamente assim tb que se empurram pessoas para a vida do crime!

incluindo aí no conceito de Estado a burguesia alta e pequena, a mídia, as empresas privadas, as universidades e o aparelho judicial.

Burguesinhos.

cansado de poeminhas burgueses simulando sensibilidade pela aniquilação do poeta qua mal disfarçam sua satisfação pela vitória contra a concorrência numa competição covarde, cínica, chantagista, moralista e desonesta! todos com seus espaços cativos no universo da cultura com gestão de público!

Totalitarismo.

não tem pra onde fugir
é a ditadura da mídia
fazer viver e deixar morrer
outro país
outra língua
nenhum adeus

...

Podem reclamar quanto quiserem aí, mas o que eu não gosto é de gente que me julga pelas minhas roupas.

...

Sabem quem são os cidadãos mais bem integrados à sociedade? Os políticos. Os políticos são a norma social.

Direitos Culturais.

Direitos culturais são direitos de acesso à cultura, ou seja, são direitos de consumo. Mas por que será que direitos culturais nunca são direitos de produzir cultura? É formação de público reservando a iluminados escolhidos sabe-se lá por qual critério social a possibilidade da criação. Se minha arte é mal-acabada e mal-educada é porque ser colocado a revelia na posição de domínio público deixa nossas condições de produzir tão precárias que impedem o bom acabamento de nossa obra. E só nos resta o amadorismo. Mas amador vem de amor.

Propaganda.

Essa gente na televisão sorrindo para mim de maneira que eu compre os bagulhos que eles vendem. Carros, lanches, carnes, higienes, motos, seguros, comidas, bebidas, shampus, margarinas, drogas, ideias, sorrisos, roupas, calçados, carteiras, dinheiro. Mas não é comigo que eles falam olhando para mim, eu nem tenho dinheiro para gastar com tudo isso!