terça-feira, 19 de junho de 2012

sr. todo-poderoso

com meu dinheiro
eu tenho poder
faço o que eu quero
faço você morrer

maior que o direito
posso corromper
o sacrifício espero
não podem me prender

EST R

as pessoas somem
nada é encontrado
acima do homem
você encurralado

mundo imoral
tudo tem seu preço
quem eu corrompi
pra manter segredo

EST R

nunca saberão
do que me dá prazer
a carnificina
sem sobreviver

apenas outra morte
outro zé ninguém
como eu tenho sorte
como me convém

EST R

nunca descobriram
meu quebra-cabeça
outro corpo caiu
apenas outra peça

e sigo impune
pois ninguém me atinge
porque sou imune
culpa não me impingem

EST R

de qualquer supeita
eu estou acima
cidadão de bem
de boa estima

de qualquer supeita
eu estou acima
cidadão de bem
de boa estima

EST
além de mim
não há mais ninguém
sou como um deus
sou mais de cem

R
deve cair por minhas mãos


sr. tudo-pode

se souber o que posso fazer
então você preste atenção
(pausa)
com todo meu dinheiro
estou acima do direito
ouça bem o que eu digo
então perto do perigo
vou acabar consigo
quem mandou me desafiar
desgraça pouca é lhe matar
antes de tudo lhe arruinar
e vai sofrer como um cão
então ouça, preste atenção
você não pode comigo
pra virar mais um mendigo
a justiça não me pega
nesse mundo de corrupção
porque todo mal não chega
nesse mundo de corrupção


sr. pode-tudo

desiste dessa busca
o que procuras
não existe
desiste da loucura
o que segura
só persiste

desiste desse intento
pois te falta fingimento
o fingir não é ruim
mas não fingas para mim

estás cansado de existir
e sem forças para andar
entristecido, sem porvir
sem dinheiro
para amar

estás com raiva da família
estás com raiva desse mundo
estás virando uma ilha
só mais um
vagabundo
só mais um
vagabundo

eu te disse
pra te renderes
pois que tu não podes comigo
então desiste
de me enfrentar
pra não virar
mais um mendigo
pra não virar
mais um mendigo


cataclisma

de você não vai sobrar
não direi como será
mera-vida vai virar
teu corpo não ficará

no tempo em que morrerá
no mundo não quer viver
raciocínio impedirá
teu ser de sobreviver

já se foi perdido e tenso
de você teu pensamento
não resta de ti história
da boca que te devora

para trás só entropia
de dantesca poesia
a barbárie que venceu
de tudo isto que sou eu

cataclisma
impõe o cisma
da vida banalizada
cataclisma
impõe o cisma
da vida banalizada
nada resta resta nada
nada resta resta nada