domingo, 17 de julho de 2011

motoqueiro fantasma

cavalo de aço rasgando o asfalto
comendo espaço pelo chão
a morte, o fogo rondando as ruas
um gárgula, uma assombração
mas não pode suportar o que é covarde
a caça disso patrulha a cidade

as rodas de fogo, cabelos de fogo
olhos brilhantes feito a chama
o engenho de prata, as farpas de prata
e o rastro deixado sua flama
vinga a iniquidade ao se ver
a si mesmo no mal que o faz sofrer

um coração turbado de espinhos e longe
disso faz sufocar
no fogo daquele que não deve, e quem o sabe?
ressuscitar
nem hoje, nem nunca o poderá
nem hoje, e quem o saberá?

motoqueiro fantasma
a fuga do inferno
motoqueiro fantasma
é o caçador eterno

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diálogo insólito

Tá me entendendo?
-tô
Mas não era para entender
-desculpe
Me explica o que você entendeu?
-explico
Mas explica bem rápido
-não enche, to saind...
Fica mais um pouco
-não quero
Só mais um pouquinho
-não
Por quê não? Sou feia?
-não
Hã?
-não vou embora não
Então tchau!

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